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Semana de moda de Paris: dia de altos e baixos, que acabou bem

Grife Jean Paul Gaultier foi um dos grandes
destaques dos desfiles deste sábado (3) em Paris
O dia começou bem, para quem abriu a agenda com Viktor & Rolf. Depois, ficou morno ou mesmo bizarro, como o clima que engrenou uma chuvinha cinza, desanimadora, neste sábado (3). Véronique Leroy podia ter animado, com seus looks curtinhos, quase sempre pretos, com fecho na frente, toques amarelos-queimados (algo menos esverdeado que o ocre, mais amarelinho que o mostarda. E a luz da sala também confunde), echarpes amarradas nos pescoços. O visual tweed avisou que a coisa ficaria mais séria. E o comprimento desceu, os casacos pesaram mais.

O final recuperou a jovialidade, com tons de beges e rosados, com golas pretas e joelhos de novo à mostra, com as botinhas laçadas. Às vezes, o lugar agrada mais do que o próprio desfile - bonito, o Liceu Henry IV, não conhecia.

Ah, mas certamente Vivienne Westwood fará a festa. Não, não fez. Alongou os casacos de cetim, alongou o encaixe das mangas nas cavas, como se fossem superpostas. Manteve a cintura marcada, os tailleurs cobrindo os quadris, clássicos.

Para quem esperava algo insinuante e provocador, Comme des Garçons não seria a resposta. Este convite é difícil desde os anos 1990, porque os japoneses tinham medo dos copiadores brasileiros. Então, o que vamos copiar desta vez? Tentando descrever: imaginem pelerines gigantes e rígidas, monocromáticas em vermelho, rosa, lilás, azulão (aquele, de novo. Parece manta da econômica da KLM).
Ah, as estampas: onças escondidas em grafismos vermelhos, nada de novo. De repente, dois vestidinhos normais, estampados com flores em fundo preto - o rosto das modelos é coberto pela mesma estampa, mas tudo bem, ninguém caiu no chão. O que mais podemos copiar? Claro: macacões com enormes bolas vermelhas ou florões em fundo preto. Fala sério, Comme des Garçons é referência no máximo como confirmação de cartelas. Para o povo da moda, é cult. Mas poucos vestem.

De lá, saí correndo para um suposto show-room do Neil Barrett, inglês bom de moda masculina. De vez em quando vale ver um show-room, lá fui eu para a Place des Victoires. Pois não é que o cara é bom também no feminino? E de apresentação? E de roupas, docinhos, ambiente, tudo? Adoro estas surpresas. O ingles formado em Belas Artes e na St. Martin, baseado em Milão, montou looks perfeitos de casacos estilo dufflecoat (aqueles que têm botões de madeira que parecem bambus), calças estreitas em marrom-café, formas triangulares e japonas amplas com calças de frisos laterais. O suéter de cashmere e vicunha camelo, apenas imperdível, nada apertado, corte reto e comprimento ótimo. A definição dele: minimalismo, alfaiataria e grunge. Adorei.

Ainda bem que Gaultier não quebrou a impressão deixada pelo Barrett. Foi mais além, com as mesmas bases - ternos masculinos feminilizados pelos saltos altos, jaquetas de couro sobre vestidos de seda, ou de couro vermelho com detalhes de onça. Importante: Jean-Paul Gaultier reforça a calça comprida como elemento quente do inverno. Confirma a onda de cruzes (vistas em Devastée) e como Manish Arora aposta na estampa de grafite urbano nos vestidos de seda.

Para as colegas que vivem às voltas com retoques de raízes, Gaultier dá uma opção: repartir o cabelo e pintar colorido um palmo a partir da raiz. Loura pinta de vermelho; morena, de azul e mulata, de laranja.

FONTE: SITE TERRA

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